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26/12/2020

Uma Bala Nunca Mente.

Muitas pessoas sonham possuir um porte de arma, na expectativa de assim poder exercer o seu direito à defesa pessoal. Não há dúvida de que todos deveriam poder fazer mão de todos os recursos necessários para tanto e, dentre eles, aquele que igualou os seres humanos na melhor concepção de Samuel Colt. Na empolgação de se imaginar fazendo uso de tal meio de defesa, muitos arroubam sobre como agiriam, sobre a “necessidade de extirpar os vagabundos da face da terra”, criam um enredo e o mentalizam e sem dúvida acham-no fácil. Afirmo, de logo, que coaduno da mesma ideologia. Não faço apologia à violência. Ela não precisa disso, pois já está aí, proliferada e nas nossas calçadas. Primo pela necessidade de um sistema que vele pela segurança da comunidade e isso é promessa do próprio contrato social por força do qual aceitei me subjugar às leis. Se dito contrato não está sendo cumprido, a mim não se pode exigir o cumprimento da minha parte. Mas, inobstante isso, o próprio contrato social previu o direito de defesa. Sob qualquer ótica, pois, todo cidadão pode e deve se defender, e seria absurdo o Estado tolher-lhe as ferramentas necessárias para isso, sob pena de se valer de um subterfúgio vil para impor, em interpretação errada, um contrato que tem no outro polo um ente capenga e desorientado. Porém não é esse o tema que busco aqui discutir, até porque indiscutível. Ao se imaginar vítima de uma ofensa e desprovido de segurança estatal imediata, os defensores do porte de arma de fogo já buscaram, de forma bem íntima e reservada (para assim a verdade se mostrar), se perguntar sobre como, realmente, essa reação se desenrolaria? Nos bons cursos de defesa pessoal em que se oferece a disciplina de condicionamento mental para defesa a primeira pergunta feita é: você seria capaz de atirar em alguém, mesmo para se defender ou à sua família? Óbvio que sim (e note que você já se deu a resposta ao ler isto, até com irreverência ante a bobagem na pergunta)! Essa é a resposta da imensa maioria das pessoas. Eis, contudo, uma verdade que não será aceita nem mesmo compreendida: a imensa maioria dos detentores de porte de arma não conseguiria disparar a arma contra o agressor. Não por falta de capacidade técnica (isso é fácil de ser transmitido), mas por um fenômeno impossível de ser tratado em cursos e, assim, vencido e dominado. O momento do embate traz a lume muitas verdades, e só nesse momento elas podem ser experimentadas. Um tiro tem o poder de extirpar de alguém tudo o que ele tem, mesmo daquele vil criminoso, e é da natureza humana não admitir isso, sendo induvidoso que sua imensa maioria é composta por pessoas com senso de comunidade e respeito à integridade alheia. No momento do estresse, em que o fluxo de oxigênio no cérebro aumenta significativamente e as pupilas dilatam, o sentimento – nesse momento muito semelhante ao próprio medo, mas que impulsiona a capacidade de reação: atacando, se entregando ou fugindo – que toma conta do corpo faz com que pensamentos novos surjam, e receios novos surpreendam. Toda aquela energia e vivacidade sentida ao assistir uma cena em um filme de ação ou quando se imagina (à distância, claro) reagindo com perfeita técnica, velocidade e acurácia a uma agressão, por algum motivo pode desaparecer. Peço que não se ofenda. Não estou inventando isso tampouco afirmando que você não possa ser uma exceção (se nem você sabe, muito menos eu). Isso é um fato, e por incrível que pareça ocorre inclusive com agentes do sistema de segurança pública, e até com criminosos que para vencer essa dificuldade fazem uso de entorpecentes. O tiro de defesa se dá a curtas distâncias (na grande maioria das vezes não passa de cinco metros) e pouquíssimo tempo de reação. Há um cara-a-cara, uma visualização do semblante que, identificada a espécie humana, faz fluir da alma de vários aquele sentimento acima mencionado, íntimo dos humanos. Só algumas pessoas bem especiais tem a capacidade de blindar esse sentimento e agir conforme necessário. Portar uma arma, nesse contexto, pode revelar frustração e trazer sérias consequências. Identificar-se, pois, como uma ovelha ou um cão pastor só seria possível no momento do embate, já que, de fato, uma bala nunca mente. Ante o risco que essa dúvida pode gerar, apenas você pode decidir. (Obs.: sei que “bala”, ao se referir a arma de fogo, é nomenclatura atécnica).
fonte: Cbttiro
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